A Arte ou Bruxaria tradicional é o termo usado para designar os
indivíduos e grupos que participam do Mistério da Antiga Fé. O Mistério
da Antiga Fé flui sob nossos pés, e é a sabedoria ancestral que descansa
na terra propriamente. Estes grupos e indivíduos são geograficamente
localizados especialmente na Europa Setentrional, e em particular nas
Ilhas britânicas, mas obviamente o termo, por extensão, tem alcance
muito maior.
As práticas referidas aos Mistérios da Antiga Fé se referem às
práticas pagãs, mágicas, feiticeiras e de ensinamentos místicos que
foram passados em sucessão desde pelo menos a última metade do Século
XIX. As práticas referidas como Bruxaria Tradicional são variadas e de
formatos diversos, de formas simples de folk magick (magia popular) e
conjurações à rituais cerimoniais mais elaborados, onde os mistérios são
expostos. Assim como Andrew Chumbley escreveu em seu ensaio What is the Traditional Craft?: “É
a típica e genuína Sabedoria-Popular (Cunning-Folk) de se utilizar
qualquer coisa que se esteja à mão e transformar todas as suas
influências, independente da proveniência religiosa, aos propósitos
secretos da Arte”. Isto guiou a Fé Antiga a dadas máscaras, orientações e uma grande variedade de formas que expõem este antigo conhecimento (lore)
em ricas manifestações pessoais, centradas em torno da presidência do
Mestre ou Mestra de um dado círculo de iniciados. Portanto, é impossível
se dizer se este ou aquele círculo é uma recensão da Arte Tradicional
baseado na uniformidade de rituais: o que conecta as várias correntes
conjuntamente é a linhagem comum, a aceitação mútua e a diversidade
provocada pelo "witchblood" (sangue bruxo).
Tipicamente aqueles que seguem esta fé são ocupados com o legado
feiticeiro da sabedoria, mas se esta sabedoria é concedida pelo sangue
de Caim ou Seth, por Anjos, Daimons ou Demônios, elas são uma inteira
ordem distinta de possibilidades. Pode se dizer que em muitas correntes
da Bruxaria Tradicional a idéia de ' Elphame é central de uma maneira
ou de outra - daqueles que cruzaram os limites entre os homens e “o
outro”, como freqüentemente representado pelas fadas e seres de outros
mundos - buscando conceder seu conhecimento para a humanidade, como
também é se reflete nos decentes dos Guardiões. Mas isto, novamente, se
torna em muitos casos, muito complicado para muitas das formas da Arte
Tradicional, que preferem trabalhar guiados por seus familiares e guias
espirituais em trabalhos de ‘worthcunning’ (magia das ervas) e simples feitiços desenhados diretamente no Livro da Natureza propriamente.
Em resumo, pode-se dizer que a Arte Tradicional é a Arte da
Bruxaria codificada dentro do tecido da terra e os mistérios legados
através do tempo e localidade para os guardiões dignos da Antiga Fé,
assim como Chumbley declara no ensaio acima mencionado: “O Homem da Arte se move à margem da sociedade; ele caminha dentro do mundo da Humanidade, mas verdadeiramente 'fora dele'”.